Fala-se muito como vai ser o futuro do varejo farmacêutico no Brasil, já que teve uma aceleração de inovação nos últimos 12 meses com a pandemia.
Muitos serviços, processos que antes andavam em passos de tartaruga tomou uma proporção significativa, mas e daqui para frente o que podemos esperar?
Vou expor aqui a minha visão sobre como imagino o avanço do setor em algumas camadas de forma geral.
1 – Farmácia/Drogaria como serviço
A farmácia já vem deixando há um bom tempo de ser apenas um local de comprar remédio, medicamento. E vem se tornando um pequeno centro de apoio de saúde ao consumidor. Mas, ainda antes da pandemia isso acontecia de forma muito tímida, a pandemia deu uma força. Mas, mesmo assim, estamos longe do ideal.
Porém, vamos voltar ao que sempre foi, lá na década de 90 as pessoas se consultavam na farmácia, porém era uma realidade diferente, doenças diferentes. O conceito vai voltar mais forte, porém bem profissional com tecnologia dentro.
Ir comprar remédio como todos falam é o esperado, mas ir para cuidar da saúde é o desafio. E dentro do serviço há uma cadeia grande de inovação a ser feito, desde o uso de produtos de uso recorrente até serviço clínico e de laboratório.
Não tem como abraçar tudo, as redes terão que desenvolver o foco e “serviços foco” que vai permitir ela se tornar referência em algo. Pois, querer ser excelente em tudo, acaba sendo excelente em nada.
As pequenas redes, vão precisar se reinventar, preparar o caixa para isso. Do contrário, vão ficar refém apenas das vendas do balcão e no futuro próximo, não vai ser o suficiente para gerar tanto caixa de maneira que o torne capaz de re-investir e ser competitivo. O seu cliente hoje de balcão, pode amanhã está comprando em outro canal de outra rede, onde ele foi atendido por um serviço e acabou migrando toda compra dele para um local só ( a pandemia já deu um Estalo para isso).
2. E-commerce
Falar de e-commerce parece óbvio né? Mas, não é só ter um site para compra, isso funcionou na pandemia até por uma questão de necessidade, muitos consumidores não queriam sair de casa, e iam no site e faziam a compra.
Até por ser uma novidade do setor. Já que comprar produtos de farmácia por site não estava na cultura de muitos brasileiros.
Mas, para esse setor o futuro é no app, a experiência de compra pelo app é onde deve se focar mais. Pois, a internet móvel está mais acessível, o número de smartphones cresceu de maneira significativa no mercado com capacidade e espaço para ter o seu app instalado.
Mas, o desafio para as farmácias vai ser levar uma experiência de alto valor para o usuário no app. Pq eu compraria pelo app e não pelo site?
Vou vender a farmácia inteira no app? claro excluindo os produtos que não podem ser vendidos via site como medicamentos controlados.
Entenda, que não é só colocar o site no ar, com um botão de comprar.
Mas, também entenda que o e-commerce não vai matar a farmacia fisica, do contrário muitas lojas de eletrônicos, eletrodoméstico estariam fechadas hoje. Será mais um canal onde muitos consumidores passaram a consumir.
Se você é uma rede pequena e não sabe como investir em tecnologia e também como executar isso, então não adianta investir em tecnologia se não sabe como usar. Lembre-se Tecnologia é ferramenta. Busque outros caminhos para inovar dentro da sua pequena rede. Mas, querer ir para o e-commerce só porque o seu vizinho foi, é algo de alto risco que no final pode ser frustrante.
Você que é uma pequena rede local, terá que entender o seu cliente, como é a experiência e jornada de compra dele, e criar um serviço e caminho que funcione bem para o seu público. Sair copiando e colando a rede do lado, pode trazer resultados frustrantes e experiências ruim ao cliente, pense nisso.
Mas, a venda online independente do canal é um caminho sem volta e aqui tende a crescer ano a ano, e você vai precisar se adequar a isso a partir de agora se ainda não começou. No mínimo comece a estruturar e plantar uma semente na sua rede.
3 – Marketplace na Farmacia
É isso mesmo, o conceito do marketplace veio para ficar e se usado de uma forma inteligente pode gerar bons frutos para sua rede de farmácia. Mas, se executado de qualquer forma, pode criar um problema que você não tinha antes.
Ainda com uma participação iniciante no setor, mas é visível uma tendência que o conceito entre para ficar, permitindo às farmácias e drogarias aumentar a proposta de valor entregue ao consumidor final.
A rede panvel já deu os primeiros passos ao assunto com esta matéria clique aqui e veja. Vamos aguardar os próximos capítulos.
4 – Automatização no ponto de venda
Automatização no ponto de venda é algo que vai fazer parte do varejo como todo, alias já vem fazendo parte de outros setores como supermercados etc.
A farmácia será a próxima a começar a automatizar o ponto de venda. Algumas já vem fazendo isso, principalmente as grandes redes para melhorar a experiência do consumidor.
Afinal você vai na farmácia comprar um desodorante e não quer pegar uma fila por conta de um desodorante né?
Porém, isso não vai substituir a venda no balcão, a diferença é que a venda do balcão será uma venda mais qualificada, com uma equipe que vai está ali pronta para ser um consultor de atendimento ao consumidor, do que uma venda de entrega de produto. Então, o vendedor que hoje só entrega produto, terá menos espaço no balcão.
Resumir alguns pontos, há muitos outros, porém esses são alguns que está tão distante da nossa realidade aqui no Brasil.
E você como imagina o futuro do varejo farmacêutico nos próximos 5 anos?
abraço,